quinta-feira, 12 de março de 2009

Pasteur e a Geração Espontânea


A teoria da geração espontânea também conhecida como abiogênese, essa teoria existe pelo menos desde Aristóteles. De acordo com ela, a vida poderia surgir espontânea e continuamente da matéria bruta. Algumas observações feitas por pessoas comuns, no dia-a-dia, pareciam reforçar essas ideias: o fato de aparecerem larvas de inseto sobre o lixo em decomposição, por exem­plo, alimentou a ideia de que as larvas teriam “brotado” do lixo (não se conhecia, na época, os detalhes da reprodução dos insetos). A circunstância de girinos surgirem na água de uma poça, de um dia para o outro, parecia ser a prova de que tinham se origina­do diretamente da lama da poça. Quando os microrganismos foram descobertos, depois da construção do microscópio, representaram mais um argumento a favor da geração espontânea: não se podia imaginar que seres tão simples pudessem possuir qualquer método de reprodução!Por estranho que pareça, essas ideias foram aceitas até meados do século XIX. Foi o fran­cês Louis Pasteur quem conseguiu derrubar essa teoria, de forma definitiva, por meio de alguns experimentos simples.
As experiências de Pasteur
É bem conhecido o fato de que os líquidos que contêm substâncias orgânicas, como um caldo de carne, deterioram com facilidade, porque neles se desenvolvem rapidamente bolo­res e bactérias da decomposição. Na época de Pasteur, o aparecimento dos microrganismos era creditado, já dissemos, à geração espontânea. Coube a Pasteur demonstrar que as bac­térias que decompõem o líquido provêm do ar, não brotando do líquido espontaneamente. Pasteur realizou uma série de experiências, entre as quais o famoso experimento do fras­co com “pescoço de cisne”. Pasteur colocou vários líquidos em alguns frascos de vidro: suspensão de levedura de cerveja em água; suspensão de levedo em água e açúcar; urina; suco de beterraba. O gargalo dos frascos foi aquecido e puxado até ficar com várias cur­vaturas. Em seguida, os líquidos foram fervidos durante vários minutos, saindo os vapo­res pela abertura de cada gargalo. Após esfriar os frascos, os líquidos se mantinham sem mudanças por um tempo indeterminado, apesar de estarem em contato com o ar. Pasteur entendeu que, quando se ferve o fluido, o vapor expulsa o ar através do orifício do pescoço do balão; interrompendo-se o aquecimento, o ar carregado de poeira e microrganismos penetra no frasco. Porém, com a temperatura interna ainda alta, os germes não sobrevivem. À medi­da que a temperatura abaixa, o ar conti­nua penetrando, porém com mais lenti­dão, deixando a poeira e os germes pre­sos nas curvaturas úmidas do pescoço, que funciona então como um filtro de ar. Dessa forma, Pasteur estava demonstro que os líquidos nutritivos não geravam vida, mas que a vida, isto sim, provinha de fora. Nessa altura, alguns dos opositores de Pasteur alegaram que, devido à fervura, o líquido havia perdido a capacidade de gerar vida. Pasteur respondeu por meio de uma experiência simples e conclusiva. Vejamos o que ele disse:”(...) depois de um ou vários meses no incubador, o pescoço do frasco foi removido por um golpe dado de tal modo que nada, a não ser as ferramen­tas, o tocasse, e, depois de 24, 36 ou 48 horas, bolores se tornaram visíveis, exatamente como no frasco aberto, ou como se o frasco tivesse sido inoculado com poeira do ar”. Pasteur demonstrou, dessa forma, que a fervura não havia modificado as propriedades do líquido, que continuava capaz de abrigar vida.
A primeira vida teria surgido por geração espontânea?Até certo ponto, sim. Afinal, as ideias atuais sobre a origem da vida sugerem que o pri­meiro ser vivo teria surgido da matéria bruta, não-viva, presente no “caldo” primitivo. Há, no entanto, uma grande distância entre essas ideias e a teoria da geração espontânea, como entendida até o século passado. Em primeiro lugar, acreditava-se que os seres vivos surgissem constantemente da matéria bruta, o que é muito diferente das ideias de Oparin e demais pesquisadores. Admite-se hoje que o “milagre” que ocorreu na Terra primi­tiva aconteceu uma única vez, não podendo mais se repetir, isso por dois motivos principais:
· a presença de seres vivos na Terra atual impediria que qualquer molécula orgânica que surgisse “espontaneamente” pudesse subsistir por muito tempo, pois haveria muitas bocas famintas dispostas a dar um fim nela;
· a presença de oxigénio na atmosfera atual oxida com facilidade as substâncias orgânicas, destruindo-as. Isso não ocorreu nas condições primitivas (não havia o gás oxigénio), de modo que as moléculas orgânicas tiveram tempo para se tornar mais complexas. Assim sendo, Pasteur, o principal defensor da biogênese (teoria que propõe que a vida sempre provém da vida), demonstrou que, nas circunstâncias atuais, não nasce vida da matéria bruta. No entanto, pelo menos uma vez, a vida deve ter surgido da matéria bruta, em circunstâncias muito especiais e favoráveis da Terra primitiva.
5. lito significa “pedra”, e autotrófico, “que produz seu próprio alimento orgânico”.

1 .Explique, com suas palavras, o que é a teoria da geração espontânea.
2. E bem conhecido o fato de que caldo de carne, deixado num copo por alguns dias, fica turvo, malcheiroso, e que nele se desenvolvem micror­ganismos que podem ser vistos ao microscópio. De que maneira Pasteur demonstrou, num caso semelhante, que os microrganismos não são ori­ginados pelo caldo de carne, mas que provêm do ambiente?
3. Analise e discuta esta frase: “A ausência de organismos vivos nos mares primitivos foi um fator que favoreceu decisivamente o aumento de com­plexidade das associações moleculares”.

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